Ministério do Turismo e Secretaria de Direitos Humanos intensificam ações contra tráfico e exploração sexual em destinos turísticos no Brasil
A região Nordeste apresenta o maior número de pontos críticos (177), seguida por Minas Gerais (73), Bahia (52) e Ceará (50).
. Sortimento Divulgação Turística . No Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, celebrado em 23 de setembro, o Brasil enfrenta o desafio de combater gravíssimas violações dos direitos humanos em destinos turísticos que, apesar da beleza e do lazer, escondem uma realidade cruel.
O turismo no Brasil é um motor econômico poderoso, mas em meio às belezas naturais e ao apelo cultural, ocorre uma alarmante vulnerabilidade que favorece a exploração sexual, a violação dos direitos humanos e o tráfico de mulheres. Segundo dados da Organização Internacional para Migrações (OIM), cerca de 96% das vítimas de tráfico internacional de pessoas são mulheres, uma estatística que revela a urgência de ações concretas de prevenção e combate.
No Brasil, existem quase 10 mil pontos de alerta para exploração sexual de menores, dos quais 640 são considerados críticos, com flagrantes confirmados. A região Nordeste apresenta o maior número de pontos críticos (177), seguida por Minas Gerais (73), Bahia (52) e Ceará (50). Estados turísticos famosos como Bahia e Ceará figuram entre os que mais enfrentam esses problemas, devido à alta frequência de visitantes e à fragilidade das redes de proteção nesses locais.
Além disso, pesquisas apontam que o Norte do país, com Manaus como polo principal, é uma das regiões com maior número de rotas de tráfico de mulheres, muitas vezes destinadas a outras cidades brasileiras ou países vizinhos, como Venezuela e Caribe. O tráfico de mulheres e a exploração sexual alimentam um mercado clandestino que se aproveita da vulnerabilidade social e econômica para perpetuar esses crimes.
Para a indústria turística, essa realidade é um chamado à responsabilidade social. Campanhas recentes promovidas por órgãos como a Embratur e o Ministério do Turismo têm focado na prevenção da exploração sexual e no tráfico de pessoas, destacando que o combate a esses crimes é uma prioridade que depende da colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil.
Por isso, o Ministério do Turismo e a Secretaria de Direitos Humanos estão intensificando suas ações contra o tráfico e a exploração sexual em destinos turísticos do Brasil por meio de iniciativas articuladas e multilaterais.
O Ministério do Turismo lançou, em junho de 2025, o movimento “Turismo que Protege”, uma iniciativa nacional para prevenir e enfrentar a exploração sexual de crianças e adolescentes no setor turístico. O movimento reforça políticas públicas através da capacitação de profissionais do turismo para identificar e encaminhar casos suspeitos, campanhas de sensibilização em destinos turísticos, distribuição de materiais informativos em aeroportos, hotéis e pontos turísticos, além do fortalecimento de canais de denúncia como o Disque 100. A iniciativa inclui ainda a incorporação da prevenção da exploração sexual como diretriz obrigatória na nova Lei Geral do Turismo (LGT), que prevê sanções para prestadores de serviços turísticos coniventes ou negligentes.
Paralelamente, a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, tem promovido ações estratégicas para o enfrentamento da violência sexual, como a realização de eventos nacionais, articulação de políticas públicas integradas e mobilização de parcerias com organizações da sociedade civil e organismos internacionais para ampliar a resposta ao problema. Também destacam-se operações de repressão a crimes digitais relacionados à exploração, com prisões e resgate de vítimas, e o incentivo ao uso do Disque 100 para denúncias.
Esses esforços indicam uma abordagem coordenada entre os ministérios, governos estaduais, setor privado e sociedade civil para garantir que o turismo brasileiro seja um ambiente seguro e que o combate à exploração sexual e tráfico de mulheres seja prioridade permanente.
Enquanto o Brasil celebra a diversidade de suas atrações turísticas, é fundamental ampliar a conscientização sobre esses crimes hediondos e reforçar políticas públicas que garantam a proteção integral de mulheres e crianças, sobretudo em áreas turísticas onde a exploração tende a crescer.
Como Denunciar o Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças
- Disque 100: Ligue para o número 100 para fazer denúncias anônimas e gratuitas.www.disque100.gov.br
- WhatsApp (61 99656-5008),
- Aplicativo Direitos Humanos Brasil: Utilize o aplicativo para denúncias pelo celular.
- Telegram (Direitoshumanosbrasilbot) e pelo site disquedenuncia@sedh.gov.br;
- Conselho Tutelar: Procure o Conselho Tutelar mais próximo de sua localidade.
Outros Canais:
- Central de Atendimento à Mulher: número 180;
- Polícia Militar: número 190;
- Polícia Rodoviária Federal: número 191;
- Polícia Federal: número 194 ou e-mail sad.dicor@pf.gov.br;
- Polícia Civil: número 197.
AFEET Brasil desempenha Campanha de Prevenção
A Associação Federativa de Executivas de Empresas de Turismo-AFEET é uma entidade de mulheres executivas, empreendedoras e líderes comprometidas com o desenvolvimento de seus países no campo do turismo e do social. A entidade é filiada a FIASEET- Federação Internacional de executivas de turismo, criada no México em 1980, uma associação presente na Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru, Republica Dominicana e Espanha.
Entre as campanhas sociais que promove a entidade tem um cuidado especial com a campanha “Contra a Exploração Comercial e sexual infantil e de adolescentes no Turismo”, desenvolvendo palestras de esclarecimento junto a hotéis. Esse ano de 2025 apresentou palestra junto aos funcionários da rede Intercity de Hotéis e no Hotel Blue Tree Towers Millenium. A campanha tem seu ponto alto no mês de maio quando é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no dia 18 de maio. A campanha visa aumentar a conscientização e promover ações de prevenção e combate à violência sexual contra menores no ambiente de hotéis e equipamentos turísticos.
Fonte : Abrajet Nacional